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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A unção de Objetos.


Unção de objetos


A Bíblia nos relata alguns casos onde Deus, através dos profetas no A.T., e o Senhor Jesus, através dos apóstolos no N.T., usaram alguns meios de contato para abençoar as pessoas (A.T. - O cajado de Moisés para tirar água da pedra “Ex 17:6”, pasta de figo para a cura de Ezequias “Is 38:21”, os setes mergulhos de Naamã no rio Jordão para a cura da sua lepra “2Re 5:14”.

No N.T. - O lodo feito com cuspe pelo Senhor Jesus Cristo na cura do cego “Jo 9:6-7”, os aventais de Paulo e a sombra de Pedro na cura dos enfermos e na expulsão de espíritos malignos – “At. 5:15 e 19:12”). Todos esses relatos foram casos isolados que não se repetiram mais, não podendo, portanto, serem usados como regra de fé ou doutrina. 

Sendo assim, de onde surgiu a idéia de ungir e orar em objetos inanimados para abençoar as pessoas, sobretudo o famoso copo com água que é posto sobre o rádio e TV muito usado nos dias de hoje pelos pregadores que usam os meios de comunicação em massa?

Resposta:

O copo de água como objeto consagrado, tem origem em duas vertentes, ambas de cunho sincrético, ou seja, mistura de duas ou mais religiões. A primeira vertente é espírita. Nos centros espíritas o copo de água é utilizado para receber emanações positivas (abençoadoras) de “espíritos” superiores. Pensando nisto, a maior denominação neopentecostal brasileira utiliza o copo de água como uma isca para fazer proselitismo junto às pessoas desta religião que assistiam seus cultos ao vivo ou pela TV. Esta denominação também tem utilizado apelos de cultos afros (chamando entidades conhecidas destas religiões, utilizando objetos como arruda, sal grosso, etc), também para arregimentar a maior quantidade de pessoas possível para suas reuniões e viabilizar sua insaciável ânsia por dinheiro.

A segunda e maior vertente é católica, e que explica a origem do copo com água como fetiche.
Poucos sabem, mas por ocasião dos "milagres" do Padre Donizete Tavares de Lima, na cidade de Tambaú-SP pelos idos dos anos 1954-55, o radialista Pedro Geraldo Costa fez do seu programa “A Hora da Ave Maria”, na rádio Nacional às 6 horas da tarde, o porta-voz do padre Donizete. Todo dia tinha a benção que o padre dava. Os que tinham realmente fé colocavam a pedido do radialista UM COPO DE ÁGUA EM CIMA DO RÁDIO, E DEPOIS DA BENÇÃO O BEBIAM, o que era reconfortante para quem tinha fé.

Estes problemas são gerados por aquilo que o Rev. Augustus Nicodemus, Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, chama da “A alma católica dos evangélicos no Brasil”, e que reproduzo em parte o seu artigo: “Os evangélicos no Brasil nunca conseguiram se livrar totalmente da influência do Catolicismo Romano. Por séculos, o Catolicismo formou a mentalidade brasileira, a sua maneira de ver o mundo (“cosmovisão”):
1) O GOSTO POR BISPOS E APÓSTOLOS – Na Igreja Católica, o sistema papal impõe a autoridade de um único homem sobre todo o povo. 

2) A IDÉIA DE QUE PASTORES SÃO MEDIADORES ENTRE DEUS E OS HOMENS – No Catolicismo, a Igreja é mediadora entre Deus e os homens e transmite a graça divina mediante os sacramentos, as indulgências, as orações. Essa mentalidade de mediação humana passou para os evangélicos, com poucas mudanças. Esse ranço do Catolicismo vem sendo cada vez mais explorado por setores neopentecostais do evangelicalismo, a julgar por práticas já assimiladas como “a oração dos 318 homens de Deus”, “a prece poderosa do bispo tal”, “a oração da irmã fulana, que é profetisa”, etc.

3) O MISTICISMO SUPERSTICIOSO NO APEGO A OBJETOS SAGRADOS – O Catolicismo no Brasil, por sua vez influenciado pelas religiões afro-brasileiras, semeou misticismo e superstição durante séculos na alma brasileira: milagres de santos, do uso de copo d’água, uso de relíquias, água benta, objetos ungidos e santificados, entre outros. … é infindável e sem limites a imaginação dos líderes e a credulidade do povo. Esse fenômeno só pode ser explicado, ao meu ver, por um gosto intrínseco pelo misticismo impresso na alma católica dos evangélicos.

4) A SEPARAÇÃO ENTRE SAGRADO E PROFANO – Os brasileiros aprenderam durante séculos a não misturar as coisas: sagrado é aquilo que a gente vai fazer na Igreja: assistir Missa e se confessar. O profano – meu trabalho, meus estudos, as ciências – permanece intocado pelos pressupostos cristãos, separado de forma estanque. É a mesma atitude dos evangélicos. Falta-nos uma mentalidade que integre a fé às demais áreas da vida, conforme a visão bíblica de que tudo é sagrado. 
Quando vejo o retorno de grandes massas ditas evangélicas às práticas medievais católicas de usar no culto a Deus objetos ungidos e consagrados, procurando para si bispos e apóstolos, imersas em práticas supersticiosas, me pergunto se, ao final das contas, o neopentecostalismo brasileiro não é, na verdade, um filho da Igreja Católica medieval, uma forma de neocatolicismo tardio que surge e cresce em nosso país, onde até os evangélicos têm alma católica.”
Em Cristo, e por Cristo,
 
Pr Anor Afonso Serio

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